segunda-feira, 17 de setembro de 2007

O Juiz

Indagado se acha que Renan Calheiros é inocente ou culpado, Lula mandou ver: "Não sou juiz".

Juiz ele era de Collor.
Juiz ele era de FHC.
Juiz ele era - pasmem!, até do agora aliado Sarney.
Juiz ele era de Eduardo Jorge.
Juiz ele era dos ministros que fizeram a privatização.
Juiz ele foi de Alckmin, acusando-o pela ação do PCC em São Paulo.
Juiz ele era, sempre implacável, de inocentes e culpados. Desde que fossem inimigos.
Juiz ele foi e é de todos aqueles que se opõem ao PT.
Juiz ele é do passado, condenando todos os governos que vieram antes.
Mas de Renan? Ah, não!

O lobista pagou a pensão. Mas Lula não é juiz.
As notas da venda dos bois são frias. Mas Lula não é juiz.
As rádios do senador estão em nome de laranjas. Mas Lula não é juiz.
O lobby em favor de uma cervejaria, com ganhos milionários, é escancarado. Mas Lula, já está claro, não é juiz.

Lula consegue ser até juiz da economia americana, como vimos há dias: "Eles criaram a crise". Mas, sabem como é, quando se trata de Renan Calheiros, ele se lembra de ser criterioso.

O homem consegue ser juiz até de facínoras, bandidos que, segundo ele, não tiveram a infância protegida pelos governos que o antecederam. Mas não lhe peçam para opinar sobre Renan. Afinal, Lula não é juiz.

Se Lula fosse juiz, saberia distinguir uma nota quente de uma nota fria. Como Lula não é juiz, então ele mobiliza a tropa de choque do Planalto para salvar Renan. Mais do que isso: o Planalto mobilizou até o milionário Gilberto Miranda. Foi o casamento da tropa de choque com a tropa do cheque.

Lula, na verdade, é o pior de todos os juízes. A venda que tem no rosto lhe tapa apenas um dos olhos. Com o outro, ele protege a "companheirada".

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