segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Aliados de Renan manobram para ter relator de confiança

Aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), iniciaram uma intensa articulação para tentar emplacar um "nome de confiança" na relatoria do terceiro processo contra o peemedebista no Conselho de Ética. Considerado o caso mais letal entre as denúncias contra Renan, o terceiro processo trata de acusações de que o presidente do Senado usou "laranjas" para comprar rádios em Alagoas com dinheiro de origem ignorada - parte em dólares. A Mesa Diretora autorizou a investigação no dia 16 de agosto, mas, desde então, o processo segue parado à espera de um relator.

Gilvam Borges (PMDB-AP), ligado a José Sarney (PMDB-AP), é o preferido do grupo pró-Renan. Mas, prevendo resistência da oposição, os aliados do senador avaliavam alterar a composição do conselho, trocando um titular por um suplente, em busca de um nome novo. A terceira saída seria sugerir que o corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), herdasse o cargo. Nos bastidores, governistas dizem que Tuma foi um dos votos da oposição que ajudou a absolver Renan, porque nas vésperas da votação, seu filho Romeu Tuma Júnior, que não conseguiu se reeleger deputado estadual, foi indicado para a Secretaria Nacional de Justiça.

Esta semana, o senador João Pedro (PT-AM) apresenta relatório pedindo arquivamento do segundo processo contra Renan, cuja acusação é de tráfico de influência para favorecer a Schincariol. Um quarto processo deverá ser aberto. A representação já está na Mesa. No Palácio do Planalto, a expectativa é que a análise dos casos pendentes no Conselho de Ética esteja concluída, inclusive passando pelo plenário, até meados de outubro. Motivo: deixar a pauta para analisar a CPMF.

Esta semana, Renan deve se reunir com o presidente Lula. O petista quer que o senador mostre capacidade para articular a aprovação da CPMF, cuja votação em primeiro turno será tentada na Câmara nesta quarta-feira.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1709200702.htm

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