segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Governo multiplica a criação de cargos para apadrinhados políticos

O governo Lula aumentou em 7,6 vezes o ritmo da criação de cargos comissionados no segundo mandato. A média mensal de criação desses postos, também chamados de cargos de confiança, saltou de 23,8 no primeiro mandato para 179,7 entre janeiro e julho de 2007. Esses empregos são muitas vezes destinados a apadrinhados políticos. Lula já criou, somente este ano, 1.258 cargos comissionados, chegando ao número recorde de 22.345.

O PT calcula que cerca de 5.000 cargos de confiança federais são ocupados por filiados. Todos são obrigados a contribuir com uma parte do salário, o "dízimo", para o partido. A receita petista com esse tipo de contribuição cresceu 545% no primeiro governo Lula, chegando a 2 milhões 880 mil reais em 2006. Isso gera acusações da oposição de que a burocracia federal foi partidarizada.

O Ministério do Planejamento credita a expansão da máquina à criação de novos órgãos federais, que tem sido intensa neste início de segundo governo. Enquanto o governo FHC acrescentou quatro órgãos em oito anos, Lula criou 12 em menos de cinco. São agora 86 órgãos federais, entre ministérios, secretarias e institutos. Só neste ano, foram criadas duas secretarias especiais com status de ministério, a dos Portos e a de Longo Prazo, levando a 38 o número de pastas no primeiro escalão. Para suprir os novos órgãos, o governo editou, em junho, uma medida provisória criando 600 cargos de confiança. Seguindo uma política de valorizar os titulares de cargos de confiança, que estão entre os mais bem pagos da administração federal, Lula também editou uma Medida Provisória concedendo reajustes que chegam a 140% em alguns casos.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2708200702.htm

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